domingo, 31 de janeiro de 2010

Do surf à pregação


"Bola de Neve Church tem o esporte na raíz e jovens como estrutura"

Pense rápido: onde é que o púlpito é uma prancha de surf?
Os fiéis, em sua grande maioria, são adolescentes e jovens, o louvor a Deus é embalado pela melodia do reggae e da surf music e, mais, a palavra de Deus é pregada por meio de um português simples, (bastante coloquial até), a fim de atingir a juventude ali presente? Não sabe? A resposta é na Bola de Neve Church. Nascida entre os anos de 1999 e 2000, pelas mão do pastor Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, a igreja ganhou este caráter ligado ao surf pelo apoio de um empresário do setor que concedeu o primeiro espaço para que fossem realizados os cultos de uma galeria restrita que já se reunia para louvar a Deus.

No site da Bola de Neve Church o Pr. Rinaldo explica por que a prancha virou púlpito. "Uma empresa de surf também vende pranchas, e uma delas, um longboard, piscou para mim e virou púlpito, desde da primeira reunião, um acaso que ajudou a compor a identidade da Igreja."
Hoje, a Bola de Neve é considerada um fenômeno no que diz respeito ao número de jovens que concentra, especialmente pelo estilo que possui. Às quintas e domingos à noite, uma galera entre 15 e 29 anos de idade lota o salão da igreja, localizada na rua Turiassú no bairro da Lapa, em São Paulo, para louvar a Jesus e ouvir a palavra de Deus.

Apesar da concepção da igreja ser toda baseada no surf e nos esportes radicais - como a própria fachada da igreja faz questão de enfatizar - não são só os "atletas de cristo" que freqüentam os cultos. O sucesso da Bola de Neve com a juventude é tanto que também atinge jovens sem qualquer envolvimento com práticas esportivas.

E como é que é essa Bola de Neve? Ao chegar na igreja você é recebido por jovens que trabalham ali e o convidam a assistir ao encontro e louvar a Deus. Mas isso não é uma missão fácil. É tanta gente junta (em média, mil e quinhentos jovens) que fica difícil encontrar um cantinho para conseguir acompanhar a celebração. O som alto que reverbera pelos dois andares do prédio (ambos, lotados de jovens) faz a galera entrar logo no clima e quando você menos espera, o louvor começa. Por alguns momentos, você até esquece que está numa igreja, agora, mais parecida com um show de rock. A grande diferença é que é um "show do bem", ou seja, sem droga, sem bebida, e mais: com harmonia entre quem está ali presente.

Conseguir conversar com alguém é quase impossível. Durante o louvor, todos cantam, pulam e agitam os braços ouvindo a música e acompanhando a letra que passa no telão. Para falar com um único evangélico da Bola de Neve você precisa convencê-lo a perder alguns minutos com um entrevista, e quem disse que é fácil? (Enfim...conseguimos) No meio de tanta agitação, Grace Barros Tocantins, de 29 anos, recém-formada em Fisioterapia, cedeu alguns de seus minutos para contar sua história com a religião, (e que história!) Grace já foi seguidora de inúmeras religiões. Freqüentou a umbanda por influência dos pais, passou pelo catolicismo e fez catequese, mas saiu, virou wicca na adolescência e também deixou de ter fé, até cair na Bola de Neve. "Comecei a namorar um rapaz que me trouxe para cá.

No início, estranhei bastante porque não seguia nenhuma religião mas, mesmo assim, me senti tocada", lembra. O namoro acabou e, aos poucos, Grace foi abandonando a igreja. Esteve em apuros no mundo das drogas, até decidir voltar. "Era um momento em que precisava muito de Deus. Já tinha procurado de tudo, mas nada me completava. Quando eu voltei pro Bola, encontrei Jesus e aí tudo mudou", diz.
Se você não é evangélico pode até pensar que este é um discurso programado de quem faz parte da religião, não é? Questionada sobre isso, Grace respondeu numa boa, sem se ofender. "A Bíblia é nosso manual de conduta. Nela está escrito que temos que pregar a palavra do senhor para quem não a conhece. E não é uma simples tentativa de evangelizar alguém, mas tentar mostrar para quem está perdido o sentimento bom que temos ao encontrar a Deus. Parece exagero? Mas é aquilo que sentimos", reforça.

Grace conta que foi isso que aconteceu com ela. "Uma menina da Bola me encontrou na rua e me disse para voltar. Conversamos, peguei o novo endereço da igreja e vim", diz. Para ela, a mudança se deu em pouco tempo e foi notada por muita gente, desde familiares até os amigos da faculdade. Nos dois primeiros anos da graduação, Grace "não era de nada" (é como ela mesma se define por, na época, não ter religião), depois, entrou na Bola de Neve e todo mundo dizia: nossa, como você está diferente! "Eu só fazia coisa errada e era muito egoísta. Com o tempo, meu caráter foi mudando", diz.Para a jovem que se considera uma fã da Bola de Neve, o que existe de melhor na religião é que ela mostra um caminho de luz para aquele jovem que precisa. "Aqui, você tem amigos que são irmãos, seguindo a palavra de Deus e te mostrando que essa é sua verdade. É algo que toca o seu coração. Jesus está preocupado com seu coração e isso você sente aqui", encerra
.

(Por Lilian Burgardt: http://www.universia.com.br/universitario/materia.jsp?materia=12405)


.

Um comentário:

  1. Salve salve Lucian,

    Passando pra deixar minhas vibes positivas junto a tantas outras deixadas pelas suas mensagens!

    Fica na paz guerreiro!

    rafiwsk´s

    ResponderExcluir